9.6.08


"Banquete", de Patrícia Portela...

Foram 3 horas de intensa perplexidade, é certo...mas também de empatia, de partilha de uma mesma situação...que a todos, se devidamente comprometidos, diria respeito.

Tratava-se, efectivamente, do fim da humanidade (nada que não tivéssemos suposto já!!!), do fim de nós...de cada um... e que, de algum modo, nos causara certa confusão.

Em que medida seria, este, o cenário pertinente para tão brusca mudança nos acontecimentos?

Num momento anterior vagueávamos no Hall de entrada do novo espaço cultural a palitar, elegantemente, os dentes e... segundos depois... subíamos ao palco, olhávamos as cadeiras cor de mostarda como se essas gritassem, ainda, aplausos de outras incursões.

Começava uma viagem pelo futuro...e todos os gestos seriam, a partir desse momento, esterilizados.

Nada em vão. Tudo premeditado.
Guardanapo negro por sobre o colo. Nenhuma migalha.

Um Banquete memorável...também pela sua estranheza e um respirar pausado na tentativa de resgatar, do íntimo de cada um, uma explicação para o que se vivia ali...

Pura e simplesmente irrepetível...a ponto de se sentir, efectivamente, o fim da vida como a conhecemos.

De repente...sente-se medo de abrir a cortina e assistir ao tremendo vazio na plateia e mais medo ainda de sair para a rua.

Um verdadeiro Espectáculo!!! Bravo! Bravo! Bis!...





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