4.2.09


Esgravatar o seio da terra...
Inteirar-me de que a mesma se mantém como sempre fora...
Ler-lhe a sina. Uma raiz uma linha.
Inventar-lhe hipóteses.
Inventar-me raiz, a abraçar a origem destemidamente, rasgar a pele do destino desesperadamente...
Inventar-me raiz e dançar no meu chão, criar calo de tanto me mover, romper a impossibilidade com movimentos velozes e labirínticos.
Inventar-me musgo, entranhar-me no húmido solo, e ser o meu repouso, o meu sono verde.
Inventar-me musgo de sombra e uivar ao vento, soprar-lhe todos os cinzentos gelados existentes.

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