29.12.07



Se houvesse a possibilidade de munir, este pequeno espaço virtual, de cheiro...teria de ser, necessariamente, o de um perfume feminino que a minha mãe tenha usado na altura.

Eu consigo ser, de tal forma, emotiva...que basta um cheiro...um vestígio daquele cheiro em específico que, de imediato, sinto a invulgar necessidade de falar sobre aquele(s) momento(s)...em que nosso oriental apartamento se enchia daquele odôr...antecipando tanta coisa...

as ruas avermelhadas, salões colonias, madrugadas na marginal do rio das pérolas...

tanto...tanto...e as pequenas mercearias abertas pelas 4/5 da manhã...com um perfume intenso a outras frutas...a um frito...e a um chá.

Não vos consigo dizer...como gostaria.

Não consigo concebê-lo já com tanta nitidez.

...

E depois lembro-me...eu conheço uma pessoa com a qual me correspondo há 16 anos...que nunca conheci no sentido da sua presença...o que não deixa de ser curioso...

Ela terá...na sua posse...todo um rol de descrições sobre uma série de diferentes fases por que passei...

talvez por isto, também, eu dê tanto valor a uma carta... por muito útil...e eficaz...que sejam estas máquinas cinzentas com as quais tenho aprendido a conviver...

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