29.12.07


Porquê? A que propósito isto agora?
O novo ano vem...fazer companhia aos meus 30 anos...e nunca me senti tão pequena...
Quando era pequena via o estado adulto como algo inconcebível...e implacável: o adulto não sofria, não se sensibilizava com pequenas coisas, não morria de amores, nem sequer se apaixonava...
Fazia uma leitura sobre as coisas... com um filtro tamanho de grande, maior, indestrutível...
talvez por isto a dificuldade que os filhos têm em perceber que aquela lágrima não foi desenhada e existe porque também nós temos dúvidas e sonhos e ...
...mas é extremamente difícil perceberem-no...na sua complexidade...julgo!!!
Uma coisa de que me recordo muitíssimo é de um vulgar centro comercial que...na altura...fazia as minhas delícias.
A importância da correspondência era tão tamanha e havia tanto por onde escolher...
corredores e corredores de papel de carta...envelopes...cartões...
que era capaz de passar um dia inteiro de volta deles...a imaginar a melhor forma de escrever saudades... que eram tão colossais!!!
São imagens...
e, como tal, intraduzíveis... mas muito, muito fortes...
Eu no estrangeiro...
Como se tivesse sido contemplada com uma vida paralela...e sem limites...
Tudo isso agora cabe numa gaveta...e nenhum dos documentos me é familiar...como se naquela gaveta tivesse guardado as recordações de outrem que, entretanto, partiu, novamente, para fora deste nosso portugal pequenino.
Há tanta coisa para lá...tanta...tanta...

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