Filhota: E se ontem os meus passos eram ainda tacanhos, de quem apalpa terreno, hoje são mais apressados e, naturalmente, mais desprendidos.
A mãe, desta vez, limitou-se ao portão como, aliás, alguns outros pais e eu, sem rodeios, pus-me a caminho.
Ainda comentei a possibilidade de ir sozinha a partir da última esquina mas depressa mudei de ideias.
Não queria fragilizar a minha mãe com tamanha determinação. Sim, sim, foi isso mesmo, o que é que pensam?!
E a mãe até se mostrou aberta à questão mas...fica para depois. Tenho tempo!
Mãe: Hoje despertei para este cenário - filha sentada sobre a cama em absoluto silêncio (só isso já se estranha!), com a sua mistura de plasticina nas mãos e uma moldura já antiga a seu lado.
Aproximei-me devagar, com o coração já apertado, antecipando uma qualquer notícia inesperada.
Olhei a moldura e nela estávamos nós - A Família - como há 6 anos atrás.
Mais cabelo no pai, mais inexperiência na mãe e um ser minúsculo, cor de amora, no colo de ambos.
O que dizer nestas alturas?
Depreendi, de imediato, que fosse a velha questão do crescer, assim como nós temos a do envelhecer, e enfim...
Há poucas horas atrás estavam os pais em circunstância semelhante.
Com a vinda da escola...veio a nostalgia, como um resfriado, e atacou todos, sem excepção.
Abracei-a devagar, sequei-lhe as lágrimas e olhei-a nos olhos.
- Serás sempre a nossa menina... Não tenhas medo!!!
E a fazer-me de forte, fingindo tossir em vez de me lamuriar, fui directo à cozinha, esconder-me na panelita da sopa!
Ai, ai, o coração pequenino!!!
16.9.08
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