Hoje a despedida foi mais lenta, com sabor a arroz de manteiga e a maçã em pedaços.
Uns choraram desalmadamente, com as mães aflitas como se este fosse o seu primeiro dia.
Outros proferiram um adeus veloz, a correr frenéticos para o recreio.
Mas hoje a nossa despedida foi mais lenta...e a cada degrau um adeus continuado...
Talvez porque ontem vivemos, juntas, o primeiro desafio, o primeiro trabalho de casa, o primeiro cheirinho de responsabilidade.
E esperneou, quase que desistiu...e a mãe, fraca e forte, a não ceder...pendurada num dos cantos da secretária...a recordar o cheiro da borracha e o interminável destes momentos e a mãe dela, com o cheiro a detergente para loiça ou a lençóis acabados de engomar.
Tudo isto torna mais forte o argumento de que a dona-de-casa, mãe de filhos, mereceria um ordenado e o reconhecimento da sua profissão.
Tudo isto é colossal, não tanto pelo cansaço físico, mas pelo desgaste emocional.
Anda tudo de pantanas.
Tantos pais desorientados.
Isto traz-nos a infância num saco térmico e a extrema responsabilidade do estado adulto num par de estalos.
Que erro pensar-se que depois, logo após uma fase anterior, as coisas passam, é tudo mais fácil.
Não é fácil, embora grandioso, ...mas não é fácil!
17.9.08
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2 comentários:
mas é bom...
um sabor amargo, mas doce, no passar pela experiência. saborear.
beijinho
Ainda não me consegui habituar à ideia da minha Piquita já andar numa escola "a sério".
Para mim, ela nasceu ontem e eu...pouco mais velho sou que ela.
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