16.2.09

Atravessa o tempo num murmúrio
fura as mais perfeitas nuvens
repousa nelas a tua habilidade
molda-as como o fazias com a matéria mais renitente

Atravessa esse espaço ilimitado
e vem contar-nos
de quando em vez
dessa branca viajem

Atravessa, atmosférico, todo o infinito
agora que te muniste de asas
e o peso do corpo deixaste

Atravessa-o com a mesma energia
e humor
com que atravessaste a vida

e vem, de quando em vez, contar-nos quantas coisas bonitas tens feito por aí, com esse outro barro, inconsistente, que se te oferece às sábias mãos.

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